Desde seu nascimento, no século XIX, a fotografia conquistou espaço no cotidiano das pessoas, retratando costumes, artes e cultura, além de se tornar uma fonte de renda para muitas pessoas. Conheça agora a história da fotografia no Brasil!
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA:
A ORIGEM DA FOTOGRAFIA NO BRASIL
Um dos pioneiros da Fotografia no Brasil foi o pintor e naturalista francês radicado no Brasil, Antoine Hercules Romuald Florence. Florence, que chegou ao Brasil em 1824, estabeleceu-se em Campinas, onde realizou uma série de invenções e experimentos.
No ano de 1833 Florence fotografou através da câmera escura com uma chapa de vidro e usou papel sensibilizado para a impressão por contato.
Em 1839, ocorreu a chegada do daguerreótipo (uma das primeiras formas de reprodução fotográfica) ao Rio de Janeiro. Neste equipamento, a imagem era formada sobre uma camada de prata polida, aplicada sobre uma placa de cobre e sensibilizada em vapor de iodo.
O Imperador Dom Pedro II, um fotógrafo apaixonado, também contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da arte no país. Em viagem a Paris, em 1840, comprou um daguerreótipo e, com menos de 15 anos, já registrava as primeiras impressões sobre o Brasil através do equipamento.
Entre 1840 e 1860, o recurso fotográfico difunde-se pelo país. Os nomes de Victor Frond (1821-1881), Marc Ferrez (1843-1923), Augusto Malta (1864-1957), Militão Augusto de Azevedo (1837-1905) e José Christiano Júnior (1832-1902) se destacam como pioneiros da fotografia entre nós.
O valor expressivo e também documental de suas obras, dedicadas ao registro de aspectos variados da sociedade brasileira da época – por exemplo, os escravos de Christiano Júnior, ou a paisagem urbana captada por Militão no Álbum Comparativo da Cidade de São Paulo, 1862-1887 -, vêm atraindo a atenção de pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento.
À fotografia como documento, opõe-se a idéia de fotografia como ramo das belas-artes, uma idéia já em discussão em fins do século XIX. As intervenções no registro fotográfico por meio de técnicas pictóricas foram amplamente realizadas numa tentativa de adaptar o meio às concepções clássicas de arte, no que ficou conhecido como fotopictorialismo.
HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA: A FOTOGRAFIA COMO EXPRESSÃO ARTÍSTICA
O século XX, mais precisamente a década de 1940, é considerado um momento de virada na estética moderna da fotografia brasileira, em que a produção começou a deixar o aspecto documental para se tornar uma expressão artística.
Trata-se de pensar novas formas de aproximação entre fotografia e artes, longe da trilha aberta pelo pictorialismo. Em São Paulo, no interior do Foto Cine Club Bandeirantes, observa-se a experimentação de uma nova linguagem fotográfica, em trabalhos como os de Thomaz Farkas (1924) e Geraldo de Barros (1923 – 1998).
Os trabalhos de Farkas desse período permitem flagrar a preocupação com pesquisas formais, exploração de planos e texturas, além da escolha de ângulos inusitados, como em Escada ao Sol (1946).
Geraldo de Barros, por sua vez, notabiliza-se pelas cenas montadas, pelos recortes e desenhos que realiza sobre os negativos. Afinado com o movimento concreto dos anos 1950 e com o Grupo Ruptura, inaugura uma vertente abstrata na fotografia brasileira, como indica sua mostra Fotoformas, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1950.
As sugestões de seu trabalho serão retomadas por novas gerações de fotógrafos no interior da chamada Escola Paulista de Fotografia, como nos trabalhos de Anna Mariani (1935) e João Bizarro Nave Filho.
No Rio de Janeiro, o nome de José Oiticica Filho (1906 – 1964) aparece como outra alternativa à característica documental do meio. O Túnel (1951) representa um exemplo das montagens e da valorização do trabalho em laboratório que tanto atraíram o fotógrafo.
Junto com a expansão do mercado profissional de fotografia nos anos de 1950 e 1960, museus e galerias de arte recebiam cada vez mais trabalhos, que oscilavam entre documentais e experimentais.
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HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA: O DESENVOLVIMENTO DO FOTOJORNALISMO NO BRASIL
Também tem início a produção do fotojornalismo em revistas e jornais como O Cruzeiro, Manchete e Última Hora. Jean Manzon (1915 – 1990), José Medeiros (1921 – 1990), Luís C. Barreto, Flávio Damm (1928) e outros, fizeram da fotografia elemento ativo da reportagem.
Além dos profissionais contratados, os órgãos de imprensa se valiam de colaboradores, como Pierre Verger (1902 – 1996) e Marcel Gautherot (1910 – 1996), assíduos em suas páginas. Quanto aos jornais, o Última Hora parece ter sido o primeiro a dar destaque à fotografia, recrutando profissionais como Orlando Brito (1950), Walter Firmo (1937) e Pedro Martinelli (1950).
Os anos 1950 marcam ainda o anúncio de um mercado editorial ligado à fotografia, seguido pela criação de revistas especializadas; entre as mais importantes estão a Iris, fundada em 1947, e a Novidades Fotoptica, depois Fotoptica, criada em 1973 por Thomas Farkas.
Oriunda do fotojornalismo da revista Realidade (1966), Veja (1968) e do Jornal da Tarde (1966) surge outra leva de grandes fotógrafos, sendo os principais: Claudia Andujar, Geraldo Guimarães, Walter Firmo, George Love, David Zingg, Orlando Brito e Luigi Mamprim.
Luís Humberto faz fotos irônicas sobre a situação do Brasil sob regime militar, apesar do controle da censura. Estes fotógrafos se tornaram ícones da década de 1960 e influenciaram fotógrafos como Orlando Azevedo, Paulo Leite, Ed Viggiani, João Noronha, Thiago Santana, José Bassit, André Cypriano, André Vilaron, expoentes do fotojornalismo.
É na década de 1970 que Sebastião Salgado aparece como um dos nomes mais importantes do fotojornalismo no Brasil, por conta dos seus ensaios temáticos dedicados às questões sociais e a realidade brasileira.
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HISTÓRIA DA FOTOGRAFIA: A FOTOGRAFIA DIGITAL ENTRA NA HISTÓRIA
A primeira câmera digital da história foi desenvolvida por Steve Sasson, engenheiro elétrico da Kodak, em 1975. O equipamento unia dispositivos analógicos e digitais, captava imagens em 100 linhas, em preto e branco, e levava cerca de 23 segundos para realizar o procedimento. As imagens eram gravadas numa fita cassete, utilizando um sensor CCD, e o invento foi patenteado um ano depois, em 1976.
Mas comercialmente só ficou disponível no início dos anos 90, e como chegou com um alto custo, não conquistou muito público.
Apesar do fracasso inicial, em dez anos a fotografia digital ganhou o mercado, deixando para trás o mercado analógico.
O mecanismo de captura de imagens é praticamente o mesmo que na fotografia analógica, mas em vez de um filme fotossensível, há uma superfície eletrônica que recebe a informação luminosa e a converte em código digital.
A fotografia analógica perdeu o mercado para a fotografia digital, e só não entra em extinção, por conta dos poucos profissionais adeptos da forma tradicional, e que mantém laboratórios particulares de revelação.
De lá para cá, a evolução da fotografia digital foi de tamanha rapidez, até chegar aos nossos celulares. Hoje a fotografia está presente em todos os lugares. E teoricamente qualquer pessoa pode ser um fotógrafo ou uma fotógrafa.
Claro que é preciso muita técnica, estudo, olhar apurado e uma série de qualificações para se destacar como tal. Mas o fato é que, seja no Brasil ou em qualquer parte do globo, nunca as pessoas consumiram tanto a imagem como nos dias atuais. E vão continuar consumindo.
Fonte: enciclopédia Itau Cultural, Wikipedia, Infoescola