17 de novembro de 2020

Carrie Mae Weems contra a COVID-19

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A artista Carrie Mae Weems está planejando uma campanha ambiciosa para alertar o mundo sobre como o coronavírus afeta principalmente as pessoas racializadas.

A fotógrafa, cineasta e artista visual Carrie Mae Weems está lançando uma nova iniciativa para chamar a atenção sobre como a pandemia do COVID-19 prejudica desproporcionalmente as comunidades afro-americana, latina e nativa americana.

Trabalhando com a Syracuse University, onde atualmente é artista residente, Weems apresentará uma série de outdoors, folhetos, botons e outros objetos públicos que promovam medidas de saúde pública em toda a cidade de Nova York nos próximos seis meses.

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“Todos nós fomos impactados pela COVID-19”, disse Weems em comunicado. “É uma crise de saúde ecológica de proporção épica – um desastre internacional. E, no entanto, temos evidências indiscutíveis de que pessoas negras foram impactadas de maneira desproporcional. O número de mortos nessas comunidades é impressionante. Esse fato oferece ao país uma oportunidade sem precedentes de abordar o impacto da desigualdade social e econômica em tempo real. Negação não resolve um problema. Espero aumentar a conscientização fazendo perguntas, fornecendo os fatos simples de nossas realidades extraordinárias e incorporando a eles imagens poderosas”, acrescenta a artista ao Artnet News.

O projeto, intitulado “Resist COVID Take 6”, que alude a recomendações de que as pessoas se afastem um metro e meio, foi concebido por Weems no início da pandemia após uma conversa com Pierre Loving, que acabou elaborando a proposta. 

Através de iniciativas criativas pretendem enfatizar medidas preventivas, que devem ser tomadas para garantir a segurança desses membros da comunidade e reforçar a necessidade absoluta de distanciamento social.

“Pensei: de que maneira posso usar minha arte e minha voz para ressaltar o que é possível e, trazer o público em geral para uma conversa, aumentando a consciência a respeito desse problema para melhorar a comunidade em que vivo?”, disse Weems.

A Universidade de Syracuse, que trouxe Weems como sua primeira artista residente em janeiro, financiará a produção. 

Os outdoors constituirão a primeira fase da iniciativa. Numa segunda fase, itens como botons, sacolas e ímãs serão distribuídos em igrejas, centros comunitários, bancos de alimentos e locais de teste.

As mensagens de Weems são produzidas em inglês, espanhol e Onondaga, o idioma da nação Onondaga, que ocupa um território ao sul de Syracuse. Weems espera expandir o projeto fora da área de Syracuse para outras cidades com grandes populações minoritárias em breve.

“Eu não sou formuladora de políticas. Eu não sou um político. Eu sou uma cidadã preocupada com o que está acontecendo na minha comunidade”, disse Weems. “Este coronavírus não desaparecerá tão cedo, tampouco os problemas subjacentes que afetam as pessoas racializadas e que se tornaram ainda mais aparentes”.